A Necessidade de o Líder Reconhecer a Dependência de Deus em Todas as Coisas
Introdução:
Após a grande vitória conquistada pelo povo de Deus ao subjugar a cidade-fortaleza de Jericó (Js 6), por causa do pecado de Acã (Js 7.10-26), vemos Israel experimentar uma derrota infringida pela pequena cidade de Ai (Js 7.1-9). A despeito de Acã ter transgredido a ordem do Senhor e tomado do despojo (Js 7.20,21), Josué foi quem recebeu uma grande lição de Deus. E espera-se que esta “lição” seja pedagógica a todos nós, indistintamente.
Introdução:
Após a grande vitória conquistada pelo povo de Deus ao subjugar a cidade-fortaleza de Jericó (Js 6), por causa do pecado de Acã (Js 7.10-26), vemos Israel experimentar uma derrota infringida pela pequena cidade de Ai (Js 7.1-9). A despeito de Acã ter transgredido a ordem do Senhor e tomado do despojo (Js 7.20,21), Josué foi quem recebeu uma grande lição de Deus. E espera-se que esta “lição” seja pedagógica a todos nós, indistintamente.
O Reconhecimento que Não Pode Faltar
Dois grandes perigos rondam a nossa vida após uma vitória: a autoconfiança e a auto-suficiência. Lamentavelmente, somos tentados a esquecer aquilo que Deus fez e acabamos achando que o que aconteceu, a bem da verdade, não teve muita coisa que ver com a intervenção divina: “Não podemos espiritualizar as coisas”, afirmamos.
Mesmo concordando que não devemos “espiritualizar” as coisas (em outra ocasião pretendo discutir as implicações desse lugar-comum), não posso furtar-me de defender o indiscutível reconhecimento de que o simples fato de estar vivo ─ o requisito mais “básico” para o início de qualquer empreendimento ─ é uma dádiva do Criador, oferecida mesmo àqueles que nEle não crêem e talvez jamais crerão (Mt 5.45).
A questão inevitável a ser refletida neste episódio é: se caso Acã não tivesse tomado do despojo, ainda assim Deus teria dado a vitória ao povo? Antes de responder precipitadamente, a prudência manda que analisemos está dúvida com base nos fatos que precederam a batalha anterior.
Dois grandes perigos rondam a nossa vida após uma vitória: a autoconfiança e a auto-suficiência. Lamentavelmente, somos tentados a esquecer aquilo que Deus fez e acabamos achando que o que aconteceu, a bem da verdade, não teve muita coisa que ver com a intervenção divina: “Não podemos espiritualizar as coisas”, afirmamos.
Mesmo concordando que não devemos “espiritualizar” as coisas (em outra ocasião pretendo discutir as implicações desse lugar-comum), não posso furtar-me de defender o indiscutível reconhecimento de que o simples fato de estar vivo ─ o requisito mais “básico” para o início de qualquer empreendimento ─ é uma dádiva do Criador, oferecida mesmo àqueles que nEle não crêem e talvez jamais crerão (Mt 5.45).
A questão inevitável a ser refletida neste episódio é: se caso Acã não tivesse tomado do despojo, ainda assim Deus teria dado a vitória ao povo? Antes de responder precipitadamente, a prudência manda que analisemos está dúvida com base nos fatos que precederam a batalha anterior.
As Estratégias de Deus
Que Josué era alguém experimentado na arte bélica não há dúvida (Êx 17.8-16). Entretanto, não era em sua capacidade estrategista que Deus pretendia que o seu povo confiasse. Por isso, no primeiro momento o Senhor dispensou o conhecimento e a experiência de Josué para que a fé de Israel estivesse sobre Ele. Isto é tão verdade que quando os dois espias estiveram, por ordem de Josué, em Jericó na casa da prostituta Raabe, ela lhes relatou que “todos os moradores da terra” prometida estavam apavorados por causa do povo de Israel (Js 2.9; veja ainda 9.24). Não há nenhuma contradição entre o que foi afirmado anteriormente e o texto em alusão, basta ler o contexto e constatar que não era o povo o motivo de todo o medo e pavor instaurado naquela terra, e sim o Senhor (Js 2.9-11,24; 4.24; 5.1; 9.24).
Olhando do ponto de vista humano, seria difícil de Israel conquistar aquela cidade, pois suas altas muralhas constituíam uma das principais barreiras, oferecendo ao exército invasor toda a desvantagem perante o inimigo (haja vista a guerra épica entre Tróia e os gregos liderados por Ulisses ou Odisseu). Os israelitas, que até aquele período era apenas uma tribo nômade, ficaram absortos e impressionados com a estrutura das cidades a serem conquistadas (Nm 13.28; Dt 1.28; 3.5; 9.1).
Antes do clímax da conquista de Jericó, Deus orientou a Josué quanto aos procedimentos necessários à sua efetivação (Js 3.7-12; 4.1-7,10-17; 5.2,3,15; 6.2-11). Com os óculos pragmáticos da pós-modernidade, as prescrições do Eterno parecem simplesmente ritualismo, metodismo ou caprichos infundados, não obstante, esta foi a forma escolhida pelo Senhor para moldar Josué como líder e instruir a todos à prática da obediência inquestionável: “Os israelitas fizeram como Josué lhes havia ordenado. Apanharam doze pedras do meio do Jordão, conforme o número das tribos de Israel, como o Senhor tinha ordenado a Josué; e as levaram ao acampamento, onde as deixaram” (Js 4.8). A seqüência era sempre nesta ordem: Deus ordenava a Josué que, por sua vez, ordenava ao povo (Havia prescrições dadas ainda mais anteriormente que seguiam a seguinte ordem descendente: Deus ordenou a Moisés, e ele a Josué e este ao povo, Js 4.10-12). Não deixando de observar cuidadosamente todas as orientações divinas que lhe foram dadas, o líder israelita certamente alcançaria o resultado de que necessitava para ser vitorioso (Js 1.1-18; 4.14).
Que Josué era alguém experimentado na arte bélica não há dúvida (Êx 17.8-16). Entretanto, não era em sua capacidade estrategista que Deus pretendia que o seu povo confiasse. Por isso, no primeiro momento o Senhor dispensou o conhecimento e a experiência de Josué para que a fé de Israel estivesse sobre Ele. Isto é tão verdade que quando os dois espias estiveram, por ordem de Josué, em Jericó na casa da prostituta Raabe, ela lhes relatou que “todos os moradores da terra” prometida estavam apavorados por causa do povo de Israel (Js 2.9; veja ainda 9.24). Não há nenhuma contradição entre o que foi afirmado anteriormente e o texto em alusão, basta ler o contexto e constatar que não era o povo o motivo de todo o medo e pavor instaurado naquela terra, e sim o Senhor (Js 2.9-11,24; 4.24; 5.1; 9.24).
Olhando do ponto de vista humano, seria difícil de Israel conquistar aquela cidade, pois suas altas muralhas constituíam uma das principais barreiras, oferecendo ao exército invasor toda a desvantagem perante o inimigo (haja vista a guerra épica entre Tróia e os gregos liderados por Ulisses ou Odisseu). Os israelitas, que até aquele período era apenas uma tribo nômade, ficaram absortos e impressionados com a estrutura das cidades a serem conquistadas (Nm 13.28; Dt 1.28; 3.5; 9.1).
Antes do clímax da conquista de Jericó, Deus orientou a Josué quanto aos procedimentos necessários à sua efetivação (Js 3.7-12; 4.1-7,10-17; 5.2,3,15; 6.2-11). Com os óculos pragmáticos da pós-modernidade, as prescrições do Eterno parecem simplesmente ritualismo, metodismo ou caprichos infundados, não obstante, esta foi a forma escolhida pelo Senhor para moldar Josué como líder e instruir a todos à prática da obediência inquestionável: “Os israelitas fizeram como Josué lhes havia ordenado. Apanharam doze pedras do meio do Jordão, conforme o número das tribos de Israel, como o Senhor tinha ordenado a Josué; e as levaram ao acampamento, onde as deixaram” (Js 4.8). A seqüência era sempre nesta ordem: Deus ordenava a Josué que, por sua vez, ordenava ao povo (Havia prescrições dadas ainda mais anteriormente que seguiam a seguinte ordem descendente: Deus ordenou a Moisés, e ele a Josué e este ao povo, Js 4.10-12). Não deixando de observar cuidadosamente todas as orientações divinas que lhe foram dadas, o líder israelita certamente alcançaria o resultado de que necessitava para ser vitorioso (Js 1.1-18; 4.14).
A Ordem Ignorada e o Descuido de Josué
Após a orientação para que o povo gritasse, Josué falou acerca da ordem de os israelitas não se apropriarem dos utensílios e objetos de ouro, prata, bronze e ferro, pois estes seriam “anatematizados”, ou seja, consagrados ao Senhor (Js 6.18,19,21). É interessante entender a expressão neste sentido, pois o seu uso em Josué 6.17-18 (mormente na ARC) pode oferecer dúvida. É o eterno problema da tradução. “A palavra hebraica: herem, traduzida na LXX como o termo grego anathema, veio a ter duplo significado. (1) alguma coisa devotada ou consagrada a um deus, e assim irrevogavelmente excluída do uso humano; ou (2) alguma coisa, ou alguém, dedicado à destruição, e sob uma maldição divina”.1 O próprio autor do verbete acrescenta que mesmo tendo estes dois significados, “o segundo é o usual”.
Após a queda (implosão) dos muros de Jericó, e de o povo tomar a cidade, o texto do versículo 27 diz: “Assim, era o Senhor com Josué; e corria a sua fama por toda a terra”. Aqui residem os dois perigos já mencionados no início deste texto. É sabido que Acã prevaricou no anátema. Porém, antes de colocar o dedo em riste na direção do clã de Judá, é oportuno notar que a Bíblia a coloca em termos coletivos: “E prevaricaram os filhos de Israel no anátema; porque Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá, tomou do anátema, e a ira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel” (Js 7.1).
Não é possível afirmar que Josué tenha se ensimesmado ou se tornado empafiado, mas o fato é que o texto inicia falando sobre o pecado de Acã e de maneira abrupta passa a relatar as orientações do líder guerreiro a uma comissão de espionagem (7.2). A ordem acerca do espólio foi ignorada por Acã, mas e se nada disso tivesse ocorrido, Israel venceria Ai? Não se apresse a responder, mas reflita com cuidado acerca da questão.
Após a orientação para que o povo gritasse, Josué falou acerca da ordem de os israelitas não se apropriarem dos utensílios e objetos de ouro, prata, bronze e ferro, pois estes seriam “anatematizados”, ou seja, consagrados ao Senhor (Js 6.18,19,21). É interessante entender a expressão neste sentido, pois o seu uso em Josué 6.17-18 (mormente na ARC) pode oferecer dúvida. É o eterno problema da tradução. “A palavra hebraica: herem, traduzida na LXX como o termo grego anathema, veio a ter duplo significado. (1) alguma coisa devotada ou consagrada a um deus, e assim irrevogavelmente excluída do uso humano; ou (2) alguma coisa, ou alguém, dedicado à destruição, e sob uma maldição divina”.1 O próprio autor do verbete acrescenta que mesmo tendo estes dois significados, “o segundo é o usual”.
Após a queda (implosão) dos muros de Jericó, e de o povo tomar a cidade, o texto do versículo 27 diz: “Assim, era o Senhor com Josué; e corria a sua fama por toda a terra”. Aqui residem os dois perigos já mencionados no início deste texto. É sabido que Acã prevaricou no anátema. Porém, antes de colocar o dedo em riste na direção do clã de Judá, é oportuno notar que a Bíblia a coloca em termos coletivos: “E prevaricaram os filhos de Israel no anátema; porque Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá, tomou do anátema, e a ira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel” (Js 7.1).
Não é possível afirmar que Josué tenha se ensimesmado ou se tornado empafiado, mas o fato é que o texto inicia falando sobre o pecado de Acã e de maneira abrupta passa a relatar as orientações do líder guerreiro a uma comissão de espionagem (7.2). A ordem acerca do espólio foi ignorada por Acã, mas e se nada disso tivesse ocorrido, Israel venceria Ai? Não se apresse a responder, mas reflita com cuidado acerca da questão.
A Auto-suficiência de Josué Evidenciada Através da Aceitação da Estratégia Humana
Já no versículo 3 do capítulo 7 (a “rapidez” e a linearidade com que lemos os relatos bíblicos passam a impressão de que as coisas aconteciam em apenas alguns minutos), encontra-se o resultado da expedição: “E voltaram a Josué e disseram-lhe: Não suba todo o povo; subam alguns dois mil ou três mil homens a ferir a Ai; não fatigues ali a todo o povo, porque poucos são os inimigos”.
Josué, como um guerreiro antigo sabia que o relatório e a sugestão da equipe expedicionária eram “lógicos”. Assim ele autorizou que três mil homens fossem, mas infelizmente, as coisas não foram assim tão lógicas quanto pareciam e os homens de Ai feriram cerca de 36 soldados israelitas (Js 7.4). Com isso, a Bíblia diz que “o coração do povo se derreteu e se tornou como água” (Js 7.5).
Josué atônito clamou ao Senhor e o Todo-Poderoso o fez ciente do que havia acontecido: “Israel pecou” (Js 7.11). Mediante as instruções do próprio Jeová, Josué descobriu quem havia transpassado a ordem divina e assim o pecado foi retirado de Israel (Js 7.10-26).
Cabe aqui refletir acerca de algumas coisas. Quando Josué fala com o Senhor, o seu comportamento até se assemelha com o de muitos crentes da atualidade, que são incentivados a exigir o cumprimento de promessas perante Deus. Ele parece resolver brigar com o Eterno e repete a murmuração dos rebeldes no deserto: “Ah! Senhor Jeová! Por que, com efeito, fizeste passar a este povo o Jordão, para nos dares nas mãos dos amorreus, para nos fazerem perecer? Tomara nos contentáramos com ficarmos dalém do Jordão (Js 7.7 cf. Êx 14.11,12).
Qual seria o comportamento de Josué se, por acaso, Israel tivesse conquistado e derrotado Ai? Teria sido removido o pecado de Acã? Agradeceria Josué ao Todo-Poderoso por mais uma batalha vencida? Note que Josué só ofereceu um sacrifício de gratidão ao Senhor após conquistar Ai (a benção de Deus não deve ser valorizada pela sua proporção, mas não deixe de atentar para o fato de que Ai, comparada a Jericó, era uma simples aldeia, pois possuía apenas doze mil habitantes, Js 8.25), mas e a grande e primeira vitória que Deus havia lhe concedido (Js 8.30-34)?
Já no versículo 3 do capítulo 7 (a “rapidez” e a linearidade com que lemos os relatos bíblicos passam a impressão de que as coisas aconteciam em apenas alguns minutos), encontra-se o resultado da expedição: “E voltaram a Josué e disseram-lhe: Não suba todo o povo; subam alguns dois mil ou três mil homens a ferir a Ai; não fatigues ali a todo o povo, porque poucos são os inimigos”.
Josué, como um guerreiro antigo sabia que o relatório e a sugestão da equipe expedicionária eram “lógicos”. Assim ele autorizou que três mil homens fossem, mas infelizmente, as coisas não foram assim tão lógicas quanto pareciam e os homens de Ai feriram cerca de 36 soldados israelitas (Js 7.4). Com isso, a Bíblia diz que “o coração do povo se derreteu e se tornou como água” (Js 7.5).
Josué atônito clamou ao Senhor e o Todo-Poderoso o fez ciente do que havia acontecido: “Israel pecou” (Js 7.11). Mediante as instruções do próprio Jeová, Josué descobriu quem havia transpassado a ordem divina e assim o pecado foi retirado de Israel (Js 7.10-26).
Cabe aqui refletir acerca de algumas coisas. Quando Josué fala com o Senhor, o seu comportamento até se assemelha com o de muitos crentes da atualidade, que são incentivados a exigir o cumprimento de promessas perante Deus. Ele parece resolver brigar com o Eterno e repete a murmuração dos rebeldes no deserto: “Ah! Senhor Jeová! Por que, com efeito, fizeste passar a este povo o Jordão, para nos dares nas mãos dos amorreus, para nos fazerem perecer? Tomara nos contentáramos com ficarmos dalém do Jordão (Js 7.7 cf. Êx 14.11,12).
Qual seria o comportamento de Josué se, por acaso, Israel tivesse conquistado e derrotado Ai? Teria sido removido o pecado de Acã? Agradeceria Josué ao Todo-Poderoso por mais uma batalha vencida? Note que Josué só ofereceu um sacrifício de gratidão ao Senhor após conquistar Ai (a benção de Deus não deve ser valorizada pela sua proporção, mas não deixe de atentar para o fato de que Ai, comparada a Jericó, era uma simples aldeia, pois possuía apenas doze mil habitantes, Js 8.25), mas e a grande e primeira vitória que Deus havia lhe concedido (Js 8.30-34)?
A Dependência de o Líder ser Mentoreado por Deus
Agora já passa a ser possível pensar com lucidez nas questões colocadas no início desta reflexão. Para que a conquista israelita prosseguisse em sua marcha vitoriosa, foi necessário expurgar o pecado do meio do povo. Vê-se então que Josué dependia de Deus não somente nas decisões mais “seculares” (como as estratégias de guerra), como também nas espirituais, pois sem o Senhor ele jamais teria descoberto quem provocou a derrota de Israel. Seguindo as orientações divinas, Josué chega à origem do problema (Js 7.16-26).
Assim como Deus mandou erigir, por ocasião da travessia do Jordão, dois montes de pedras (Js 4.1-9), lamentavelmente, o Eterno orienta ao líder guerreiro que agora, novamente levante um “monte” de pedras para a expurgação do pecado (Js 7.26). Na realidade este monte de pedras serviu como uma triste lição, mas como podemos verificar, todas as coisas encerram um significado mais profundo no contexto do plano divino (Rm 8.28).
Não se trata de “espiritualizar” tudo, como muitos costumam afirmar. Porém, se acreditamos em um Deus teísta (que intervém na História), é preciso reconhecer que não existem ações fortuitas dentro de um universo regido segundo suas leis. Todas as coisas transcorrem de maneira simétrica em relação a sua vontade soberana.
No capítulo 8, no primeiro e no segundo versículos vemos Deus dizer a Josué que Ele havia entregado a cidade em suas mãos e que a vitória já estava garantida. O Eterno ainda instruiu a Josué acerca de como ele deveria proceder na conquista de Ai, fazendo uma emboscada atrás da cidade. Será que um guerreiro experiente como Josué precisava de instruções para derrotar uma cidade tão pequena?
É interessante notar que o Senhor disse a Josué: “Não tenha medo! Não desanime!” Deus não diz algo pela aparência (assim como nós), sua palavra foi objetiva e precisa, pois após a derrota Josué perdeu a coragem e o ânimo anteriores. Esta situação serviu para mostrar-lhe que a autoconfiança e a auto-suficiência não são posturas de um líder do povo de Deus, antes sua fé e segurança devem estar no Senhor (Sl 20.7; Pv 21.31).
O contraste entre a “primeira ordem” de Josué (na verdade ele não deu ordem alguma, apenas deixou que os espias fizessem conforme a lógica guerrilheira; nisto vemos também que, em termos de liderança teocrática, não existe democracia) e a de agora é inevitável: “Então, saíres vós da emboscada e tomareis a cidade; porque o Senhor, vosso Deus, vo-la dará na vossa mão. E será que, tomando vós a cidade, poreis a cidade a fogo; conforme a palavra do Senhor fareis; olhai que vo-lo tenho mandado” (Js 8.7,8).
O que se vê agora novamente é um líder engajado, não displicente ou autoconfiante, mas obediente e observador das ordens do Eterno (Js 8.10-17). Pelo versículo 18, percebe-se que Josué afinou sua sintonia com o Senhor e deixou que Ele determinasse a forma como a batalha deveria suceder. Os versículos 26 e 27 corroboram este pensamento.
Após a vitória, Josué e o povo levantaram mais um monte de pedras, mas desta vez não era mais a representação sinistra da derrota, e sim a evidência da vitória outorgada pelo Senhor (Js 8.28,29).
Agora já passa a ser possível pensar com lucidez nas questões colocadas no início desta reflexão. Para que a conquista israelita prosseguisse em sua marcha vitoriosa, foi necessário expurgar o pecado do meio do povo. Vê-se então que Josué dependia de Deus não somente nas decisões mais “seculares” (como as estratégias de guerra), como também nas espirituais, pois sem o Senhor ele jamais teria descoberto quem provocou a derrota de Israel. Seguindo as orientações divinas, Josué chega à origem do problema (Js 7.16-26).
Assim como Deus mandou erigir, por ocasião da travessia do Jordão, dois montes de pedras (Js 4.1-9), lamentavelmente, o Eterno orienta ao líder guerreiro que agora, novamente levante um “monte” de pedras para a expurgação do pecado (Js 7.26). Na realidade este monte de pedras serviu como uma triste lição, mas como podemos verificar, todas as coisas encerram um significado mais profundo no contexto do plano divino (Rm 8.28).
Não se trata de “espiritualizar” tudo, como muitos costumam afirmar. Porém, se acreditamos em um Deus teísta (que intervém na História), é preciso reconhecer que não existem ações fortuitas dentro de um universo regido segundo suas leis. Todas as coisas transcorrem de maneira simétrica em relação a sua vontade soberana.
No capítulo 8, no primeiro e no segundo versículos vemos Deus dizer a Josué que Ele havia entregado a cidade em suas mãos e que a vitória já estava garantida. O Eterno ainda instruiu a Josué acerca de como ele deveria proceder na conquista de Ai, fazendo uma emboscada atrás da cidade. Será que um guerreiro experiente como Josué precisava de instruções para derrotar uma cidade tão pequena?
É interessante notar que o Senhor disse a Josué: “Não tenha medo! Não desanime!” Deus não diz algo pela aparência (assim como nós), sua palavra foi objetiva e precisa, pois após a derrota Josué perdeu a coragem e o ânimo anteriores. Esta situação serviu para mostrar-lhe que a autoconfiança e a auto-suficiência não são posturas de um líder do povo de Deus, antes sua fé e segurança devem estar no Senhor (Sl 20.7; Pv 21.31).
O contraste entre a “primeira ordem” de Josué (na verdade ele não deu ordem alguma, apenas deixou que os espias fizessem conforme a lógica guerrilheira; nisto vemos também que, em termos de liderança teocrática, não existe democracia) e a de agora é inevitável: “Então, saíres vós da emboscada e tomareis a cidade; porque o Senhor, vosso Deus, vo-la dará na vossa mão. E será que, tomando vós a cidade, poreis a cidade a fogo; conforme a palavra do Senhor fareis; olhai que vo-lo tenho mandado” (Js 8.7,8).
O que se vê agora novamente é um líder engajado, não displicente ou autoconfiante, mas obediente e observador das ordens do Eterno (Js 8.10-17). Pelo versículo 18, percebe-se que Josué afinou sua sintonia com o Senhor e deixou que Ele determinasse a forma como a batalha deveria suceder. Os versículos 26 e 27 corroboram este pensamento.
Após a vitória, Josué e o povo levantaram mais um monte de pedras, mas desta vez não era mais a representação sinistra da derrota, e sim a evidência da vitória outorgada pelo Senhor (Js 8.28,29).
A Rememoração da Fonte do Êxito da Liderança de Josué
O final do capítulo 8 é altamente revelador e sintomático (Js 8.30-35). Josué obedece as prescrições que haviam sido dadas pelo grande legislador Moisés (Dt 27.1-8), construindo um altar com pedras irregulares, marcando a reatação e rememoração da fonte de todo o êxito desfrutado por Josué e o povo como um todo: a Lei do Senhor.
Josué leu a Lei para todos (Js 8.34,35), não deixando de fora os que, em outras situações eram tolhidos: mulheres, crianças e estrangeiros. Isso fala da universalidade dos princípios divinos. Sem os quais, não há verdadeira vitória e muito menos relacionamento com Deus. Essa foi a grande lição que aprendemos com a experiência de Josué.
A nossa obediência agrada muito mais a Deus do que o cumprimento de determinados preceitos litúrgicos (Os 6.6; Mq 6.6-8). A observância de suas ordens é a forma mais perfeita de adoração. A contemporaneidade desta mensagem é o que deve marcar nossa conduta perante Deus e perante o povo (Lc 11.27,28).
O final do capítulo 8 é altamente revelador e sintomático (Js 8.30-35). Josué obedece as prescrições que haviam sido dadas pelo grande legislador Moisés (Dt 27.1-8), construindo um altar com pedras irregulares, marcando a reatação e rememoração da fonte de todo o êxito desfrutado por Josué e o povo como um todo: a Lei do Senhor.
Josué leu a Lei para todos (Js 8.34,35), não deixando de fora os que, em outras situações eram tolhidos: mulheres, crianças e estrangeiros. Isso fala da universalidade dos princípios divinos. Sem os quais, não há verdadeira vitória e muito menos relacionamento com Deus. Essa foi a grande lição que aprendemos com a experiência de Josué.
A nossa obediência agrada muito mais a Deus do que o cumprimento de determinados preceitos litúrgicos (Os 6.6; Mq 6.6-8). A observância de suas ordens é a forma mais perfeita de adoração. A contemporaneidade desta mensagem é o que deve marcar nossa conduta perante Deus e perante o povo (Lc 11.27,28).
Fonte: CPAD
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