Humanitarismo Injustificável
Introdução
O quadro que agora se apresenta surpreende novamente, pois o que ocorrera na batalha anterior deveria ter soado com um alerta para o líder Josué (Pv 14.12). Lamentavelmente, Josué, uma vez mais, deixou-se levar pela “lógica” humana ou pela emoção do momento, trazendo prejuízos duradouros a Israel (Jz 3.1-3). O erro nesta lição está ainda mais evidente que na anterior, a não-orientação divina faz toda a diferença quando se trata de tomar decisões (Js 9.14).
Quando o “Certo” se Torna “Errado”
Nas grandes metrópoles, é comum vermos crianças pedintes nas ruas. É evidente que essas crianças precisam de ajuda. Entretanto, será que é correto dar-lhes dinheiro? Isso resolverá o grave problema social que está por trás do ato de pedir? Todos que conhecem um pouco dessa realidade sabem que não é dessa maneira que as coisas podem melhorar. A exposição desta idéia tem o objetivo de analisar algumas dimensões do problema do exercício da ética no caso gibeonita.
Considerando que Deus é o Soberano de toda a Terra (Gn 18.25), suas decisões são justas e não se baseiam na ética humana (Dt 32.4). A conquista da Terra Prometida foi uma promessa do Eterno a Abraão (Gn 12.1-9; 17.1-8), e foi feita mediante a presciência de Deus que consignou a desocupação daquelas terras à falta de temor dos povos que ali habitavam (Dt 9.1-29).
Algo que não pode passar despercebido neste episódio é que tanto os gibeonitas quanto Josué tencionavam algo “bom”, não obstante, usaram de expedientes errados. Os primeiros por usarem de astúcia e engano, e o último por não consultar a Deus em mais uma decisão cujo resultado parecia óbvio demais: “Diante de alguém necessitado, devemos ajudar ou não?” A resposta é um retumbante “sim”. Mas, e se esta pessoa for fugitiva das autoridades por ter cometido um delito? Dar dinheiro às crianças sabendo que muitas delas utilizarão aqueles valores para sustentar o alcoolismo dos pais ou comprar drogas para si, é uma atitude solidária?
A ética maquiavélica “dos meios justificados pelos fins”, não serve para ninguém (principalmente para o cristão), mas muito menos para quem está sob o comando de Deus. O amor divino não é uma espécie de sentimentalismo barato que capitula diante de situações melancólicas. Aliás, analisado sob nossa ótica, o amor de Deus pode até mostrar-se egoísta, “desumano”, irascível, injusto, partidário. D. A. Carson, afirma “que no Antigo Testamento a ira de Deus é mais admiravelmente transparente do que o seu amor, enquanto que no Novo Testamento, embora sem dúvida um resíduo de ira permaneça, uma suavidade domina e abranda o período mais tenebroso: o amor de Deus agora é mais rico que a sua ira.” Este parece ser o “senso comum teológico” entre muitos expositores da Palavra. Entretanto, nada poderia estar mais longe da verdade do que esta leitura do relacionamento entre os Testamentos. Suspeita-se que o motivo pelo qual esta fórmula tenha qualquer credibilidade é que a manifestação da ira de Deus no Antigo Testamento está primeiramente nas categorias temporais fome, praga, cerco, guerra, matança. Em nosso foco presente ─ no aqui e agora ─ estas imagens possuem um impacto maior sobre nós do que o Novo Testamento diz com seu alvo na ira na vida após a morte.
A realidade é que o Antigo Testamento mostra a graça e o amor de Deus em experiência e tipos, e estas realidades se tornam mais claras nos escritos da nova aliança. Semelhantemente, o Antigo Testamento mostra a justa ira de Deus em experiências e tipos, e estas realidades se tornam mais claras nos escritos da nova aliança. Em outras palavras, tanto o amor como a ira de Deus estão engrenados no movimento da antiga aliança para a nova, ou seja, do Antigo Testamento para o Novo.
Considerando que Deus é o Soberano de toda a Terra (Gn 18.25), suas decisões são justas e não se baseiam na ética humana (Dt 32.4). A conquista da Terra Prometida foi uma promessa do Eterno a Abraão (Gn 12.1-9; 17.1-8), e foi feita mediante a presciência de Deus que consignou a desocupação daquelas terras à falta de temor dos povos que ali habitavam (Dt 9.1-29).
Algo que não pode passar despercebido neste episódio é que tanto os gibeonitas quanto Josué tencionavam algo “bom”, não obstante, usaram de expedientes errados. Os primeiros por usarem de astúcia e engano, e o último por não consultar a Deus em mais uma decisão cujo resultado parecia óbvio demais: “Diante de alguém necessitado, devemos ajudar ou não?” A resposta é um retumbante “sim”. Mas, e se esta pessoa for fugitiva das autoridades por ter cometido um delito? Dar dinheiro às crianças sabendo que muitas delas utilizarão aqueles valores para sustentar o alcoolismo dos pais ou comprar drogas para si, é uma atitude solidária?
A ética maquiavélica “dos meios justificados pelos fins”, não serve para ninguém (principalmente para o cristão), mas muito menos para quem está sob o comando de Deus. O amor divino não é uma espécie de sentimentalismo barato que capitula diante de situações melancólicas. Aliás, analisado sob nossa ótica, o amor de Deus pode até mostrar-se egoísta, “desumano”, irascível, injusto, partidário. D. A. Carson, afirma “que no Antigo Testamento a ira de Deus é mais admiravelmente transparente do que o seu amor, enquanto que no Novo Testamento, embora sem dúvida um resíduo de ira permaneça, uma suavidade domina e abranda o período mais tenebroso: o amor de Deus agora é mais rico que a sua ira.” Este parece ser o “senso comum teológico” entre muitos expositores da Palavra. Entretanto, nada poderia estar mais longe da verdade do que esta leitura do relacionamento entre os Testamentos. Suspeita-se que o motivo pelo qual esta fórmula tenha qualquer credibilidade é que a manifestação da ira de Deus no Antigo Testamento está primeiramente nas categorias temporais fome, praga, cerco, guerra, matança. Em nosso foco presente ─ no aqui e agora ─ estas imagens possuem um impacto maior sobre nós do que o Novo Testamento diz com seu alvo na ira na vida após a morte.
A realidade é que o Antigo Testamento mostra a graça e o amor de Deus em experiência e tipos, e estas realidades se tornam mais claras nos escritos da nova aliança. Semelhantemente, o Antigo Testamento mostra a justa ira de Deus em experiências e tipos, e estas realidades se tornam mais claras nos escritos da nova aliança. Em outras palavras, tanto o amor como a ira de Deus estão engrenados no movimento da antiga aliança para a nova, ou seja, do Antigo Testamento para o Novo.
Como o assunto não é sobre o amor de Deus, mas acaba o envolvendo, é preciso entender que Moisés já havia recebido a ordem de como proceder com os habitantes da Terra Prometida, e a transmitiu ao povo: “Quando o Senhor, teu Deus, te tiver introduzido na terra, a qual passas a possuir, e tiver lançado fora muitas nações de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus e os cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderosas do que tu; e o Senhor, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas concerto nem terás piedade delas; nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos e não tomarás suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra vós e depressa vos consumiria” (Dt 7.1-4; sem grifos no original).
Se a ordem do Senhor, que é justo e reto, era de não fazer concerto nem ter piedade delas, Josué jamais poderia ter feito o que fez. Aquelas nações afrontaram a Deus e deveriam ser desapropriadas pelo exército israelita (Dt 9.1-29). Por mais paradoxal que nos pareça, o próprio ato de expulsão daqueles povos era uma prova do amor de Deus, pois este também se manifesta quando a justiça divina está sendo executada. O Senhor nunca instituiu uma política de invasão como alguém acusa hoje, pois Ele mesmo mostrou a Moisés como o estrangeiro deveria ser tratado: “E, quando o estrangeiro peregrinar convosco na vossa terra, não o oprimireis. Como o natural, entre vós será o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos, pois estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 19.33,34).
Neste caso o certo (que é ajudar) passou a ser errado (que é negligenciar). Não se trata de ética situacional, mas de obedecer a ordem de quem é maior que nós. Se tudo naquela trajetória advinha de Deus, logo, todos os atos ─ vale a pena repetir ─, desde os espirituais até os mais “seculares” (como obras de caridade, por exemplo), deveriam ser executados sob a égide do Eterno.
Se a ordem do Senhor, que é justo e reto, era de não fazer concerto nem ter piedade delas, Josué jamais poderia ter feito o que fez. Aquelas nações afrontaram a Deus e deveriam ser desapropriadas pelo exército israelita (Dt 9.1-29). Por mais paradoxal que nos pareça, o próprio ato de expulsão daqueles povos era uma prova do amor de Deus, pois este também se manifesta quando a justiça divina está sendo executada. O Senhor nunca instituiu uma política de invasão como alguém acusa hoje, pois Ele mesmo mostrou a Moisés como o estrangeiro deveria ser tratado: “E, quando o estrangeiro peregrinar convosco na vossa terra, não o oprimireis. Como o natural, entre vós será o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos, pois estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 19.33,34).
Neste caso o certo (que é ajudar) passou a ser errado (que é negligenciar). Não se trata de ética situacional, mas de obedecer a ordem de quem é maior que nós. Se tudo naquela trajetória advinha de Deus, logo, todos os atos ─ vale a pena repetir ─, desde os espirituais até os mais “seculares” (como obras de caridade, por exemplo), deveriam ser executados sob a égide do Eterno.
O Cidadão do Céu
O conluio dos reis a oeste do Jordão, a dissimulação da caravana que foi ao encontro dos israelitas e toda a encenação realizada para ludibriar o povo escolhido, não são justificativas suficientes para inocentar Josué (Js 9.1-6). É oportuno abrir um parêntese aqui para deixar claro que a análise que se faz do ocorrido, não tem a pretensão audaciosa de querer insinuar que, no lugar de Josué, agiríamos diferente. Todos sabem que o ser humano é perito em opinar como agiria caso liderasse algo. Somos bons “palpiteiros”, mas quando temos uma oportunidade de liderança, muitas vezes somos condescendentes ou agimos pior do que a pessoa que criticávamos, por isso, repito, a discussão está tratando da maneira ideal e correta de se agir, mas não tem o tom acusatório de alguns sensacionalistas que gostam de apontar o dedo para os personagens da Bíblia.
Josué não tinha a obrigação de saber que aquela delegação estava blefando, o problema todo, mais uma vez, como ele mesmo coloca, é que os “israelitas examinaram as provisões dos heveus, mas não consultaram o Senhor” (Js 9.14, NVI). Assim, depois de fazer um acordo de defendê-los, Josué manteve sua palavra, pois havia feito um “juramento em nome do Senhor, o Deus de Israel” e por isso não podia voltar atrás (Js 9.16-19). É interessante refletir sobre a questão de que o livro que estamos examinando, saiu da pena do próprio protagonista da saga israelita. Mesmo assim, não vemos supressão de seus erros ou qualquer tentativa de racionalização dos eventos miraculosos descritos no texto.
Algo que não pode escapar a essa discussão é o fato indiscutível de que a falta de ética dos outros não me credencia a agir da mesma maneira. Josué havia empenhado a sua palavra e deveria honrá-la mesmo que o ônus dessa situação recaísse sobre Israel (como de fato recaiu! Leia 1 Sm 21.1-14) e desse a vantagem ao inimigo. É incrível como mais e mais pessoas deixam de cumprir e honrar sua palavra valendo-se de escusas inconcebíveis na tentativa de justificar suas atitudes. O salmista, inspirado pelo Espírito Santo de Deus faz uma pergunta retórica (“Senhor, quem poderá habitar no teu santuário ou morar no teu santo monte?”, Sl 15.1), a qual ele responde com algumas atitudes e, dentre elas, uma que tem implicações diretas com a atitude de cumprir o que se prometeu: “[...] quem sustenta o que jurou, mesmo com prejuízo seu” (Sl 15.4). E foi exatamente o que aconteceu a Josué, ele sustentou a sua palavra mesmo sabendo que ela traria prejuízos à sua liderança: “Toda a comunidade, porém, queixou-se contra os líderes” (Js 9.18b). Neste caso, em particular, é preciso ter coerência e reconhecer que o povo de Israel esta certo.
É possível também pensar que o fato de o nome do Senhor ter sido envolvido no juramento, tornava-o ainda mais difícil de desfazer. Falando sobre o texto de Mateus 5.33-37 ─ o célebre Sermão do Monte ─, explica o pastor Geremias do Couto:
Josué não tinha a obrigação de saber que aquela delegação estava blefando, o problema todo, mais uma vez, como ele mesmo coloca, é que os “israelitas examinaram as provisões dos heveus, mas não consultaram o Senhor” (Js 9.14, NVI). Assim, depois de fazer um acordo de defendê-los, Josué manteve sua palavra, pois havia feito um “juramento em nome do Senhor, o Deus de Israel” e por isso não podia voltar atrás (Js 9.16-19). É interessante refletir sobre a questão de que o livro que estamos examinando, saiu da pena do próprio protagonista da saga israelita. Mesmo assim, não vemos supressão de seus erros ou qualquer tentativa de racionalização dos eventos miraculosos descritos no texto.
Algo que não pode escapar a essa discussão é o fato indiscutível de que a falta de ética dos outros não me credencia a agir da mesma maneira. Josué havia empenhado a sua palavra e deveria honrá-la mesmo que o ônus dessa situação recaísse sobre Israel (como de fato recaiu! Leia 1 Sm 21.1-14) e desse a vantagem ao inimigo. É incrível como mais e mais pessoas deixam de cumprir e honrar sua palavra valendo-se de escusas inconcebíveis na tentativa de justificar suas atitudes. O salmista, inspirado pelo Espírito Santo de Deus faz uma pergunta retórica (“Senhor, quem poderá habitar no teu santuário ou morar no teu santo monte?”, Sl 15.1), a qual ele responde com algumas atitudes e, dentre elas, uma que tem implicações diretas com a atitude de cumprir o que se prometeu: “[...] quem sustenta o que jurou, mesmo com prejuízo seu” (Sl 15.4). E foi exatamente o que aconteceu a Josué, ele sustentou a sua palavra mesmo sabendo que ela traria prejuízos à sua liderança: “Toda a comunidade, porém, queixou-se contra os líderes” (Js 9.18b). Neste caso, em particular, é preciso ter coerência e reconhecer que o povo de Israel esta certo.
É possível também pensar que o fato de o nome do Senhor ter sido envolvido no juramento, tornava-o ainda mais difícil de desfazer. Falando sobre o texto de Mateus 5.33-37 ─ o célebre Sermão do Monte ─, explica o pastor Geremias do Couto:
Entre as civilizações antigas, era praxe o uso dos juramentos para demonstrar a seriedade dos compromissos firmados. A própria cultura dos patriarcas bíblicos assimilou a prática, que acabou sendo incorporada pela nação de Israel, sempre no sentido de mostrar, por exemplo, a seriedade de um acordo. Era uma forma solene de expressar a verdade, como ainda hoje acontece nos tribunais.
O que está sendo argüido pelo Senhor, todavia, é a vulgarização dos juramentos, isto é, a forma desrespeitosa de usar o sagrado (o nome de Deus, por exemplo) para legitimar situações da rotina diária (às vezes comprometedoras), onde a palavra de cada um deveria ter o peso do caráter de quem a profere. É o que a Bíblia identifica como tomar o nome de Deus em vão.
Naquela época tal prática tornou-se também comum. Virou costume, entre os judeus, jurar pelo altar, pela oferta, pelo templo, pelo ouro do templo e por Jerusalém, a cidade do grande Rei. Quanto mais importante o objeto do juramento, maior significado tinha o compromisso. Até mesmo o céu (ou a terra) era invocado por testemunha. Muitas vezes, porém, o fato de tais juramentos não se referirem a Deus diretamente, criava a falsa idéia de que as partes podiam evadir-se da verdade. Mas Jesus traz o tema para o seu verdadeiro lugar, mostrando que Deus “está sempre presente quando os homens falam; deste modo, precisam falar com sinceridade”. Assim, como pôr o trono do Altíssimo como avalista de nossas palavras, se apenas o Deus eterno tem o controle absoluto e soberano do tempo para determinar o rumo da história? Em outras palavras, os nossos juramentos são relativos diante daquele que tem todo o poder sobre o Universo, cuja infinitude não encontra parâmetros em nossa linguagem humana para ser claramente definida, pois se assim fosse Ele deixaria de ser quem é.
O que está sendo argüido pelo Senhor, todavia, é a vulgarização dos juramentos, isto é, a forma desrespeitosa de usar o sagrado (o nome de Deus, por exemplo) para legitimar situações da rotina diária (às vezes comprometedoras), onde a palavra de cada um deveria ter o peso do caráter de quem a profere. É o que a Bíblia identifica como tomar o nome de Deus em vão.
Naquela época tal prática tornou-se também comum. Virou costume, entre os judeus, jurar pelo altar, pela oferta, pelo templo, pelo ouro do templo e por Jerusalém, a cidade do grande Rei. Quanto mais importante o objeto do juramento, maior significado tinha o compromisso. Até mesmo o céu (ou a terra) era invocado por testemunha. Muitas vezes, porém, o fato de tais juramentos não se referirem a Deus diretamente, criava a falsa idéia de que as partes podiam evadir-se da verdade. Mas Jesus traz o tema para o seu verdadeiro lugar, mostrando que Deus “está sempre presente quando os homens falam; deste modo, precisam falar com sinceridade”. Assim, como pôr o trono do Altíssimo como avalista de nossas palavras, se apenas o Deus eterno tem o controle absoluto e soberano do tempo para determinar o rumo da história? Em outras palavras, os nossos juramentos são relativos diante daquele que tem todo o poder sobre o Universo, cuja infinitude não encontra parâmetros em nossa linguagem humana para ser claramente definida, pois se assim fosse Ele deixaria de ser quem é.
A fim de que não paire dúvidas, é imprescindível destacar que o que deve valer para o cristão, é o que Cristo ensinou: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna” (Mt 5.37). Acima de tudo, devemos viver de tal forma que a nossa palavra venha valer por si mesma, sem a precisão de apelar para Deus ou envolvê-lo em questões que muitas vezes só servem para a nossa autopromoção ao custo da desonra do Todo-Poderoso.
Os Gibeonitas Atuais na Igreja
Com o objetivo de contextualizar a lição e assim torná-la ainda mais prática pelos alunos, o terceiro ponto, tópico de número três (“Os Gibeonitas Atuais na Igreja”) do comentário, menciona a expressão “falsa unção” e, por falta de espaço, o assunto não pôde ser mais bem explicado. Entretanto, no livro de apoio às lições Josué, Um Líder que Fez Diferença ─, pastor Elienai Cabral (também comentarista das lições deste trimestre), esclarece que os “gibeonitas atuais” (os enganadores do povo de Deus), são “pessoas que fingem ser possuidoras de unção especial, que ostentam uma falsa espiritualidade e acabam por contaminarem o povo de Deus (Tt 1.16)”.4
É oportuno que a Igreja do Senhor venha a ter discernimento e assim se proteja deste tipo de gente. E aqui aproveito para recomendar a leitura indispensável do único livro de John Stott, publicado pela CPAD. Trata-se de um opúsculo intitulado Cristianismo Básico que pode ser lido com uma hora ou até menos, dependendo da capacidade de leitura. Há alguns anos quando li este livreto (não o subestime pelo pouco número de páginas, pois a mensagem que ele encerra é oportuníssima para o momento atual), meus olhos pararam sobre o último parágrafo da apresentação feita pelo presidente da Aliança Evangélica da Grã-Bretanha, Gilbert Kirby:
É oportuno que a Igreja do Senhor venha a ter discernimento e assim se proteja deste tipo de gente. E aqui aproveito para recomendar a leitura indispensável do único livro de John Stott, publicado pela CPAD. Trata-se de um opúsculo intitulado Cristianismo Básico que pode ser lido com uma hora ou até menos, dependendo da capacidade de leitura. Há alguns anos quando li este livreto (não o subestime pelo pouco número de páginas, pois a mensagem que ele encerra é oportuníssima para o momento atual), meus olhos pararam sobre o último parágrafo da apresentação feita pelo presidente da Aliança Evangélica da Grã-Bretanha, Gilbert Kirby:
John Stott faz soar a nota de alerta contra a tendência prevalecente nos círculos evangélicos em direção aos extremismos ou desequilíbrios. De todos os dons espirituais, um dos que mais devemos desejar é seguramente o de discernimento. Nós ouvimos muitas vozes e não podemos seguir todas elas. Numa época de mudanças rápidas, precisamos saber quando a mudança é ditada por Deus e quando é apenas o resultado de expediente, ou levadas a efeito pelo mero prazer de mudar.
As pessoas que arrogam para si uma suposta “unção especial”, invariavelmente são as que mais problemas trazem ao Corpo de Cristo. Um de seus ardis é privar-nos do nosso direito inalienável (conquistado pelos reformadores) do livre exame da Bíblia. Enquanto o médico e historiador Lucas, dignifica a atitude e postura dos crentes da Beréia, que crivaram Paulo e Silas, comparando o que eles pregavam com a mensagem escriturística (At 17.11), tais pessoas se valem de um terrorismo psicológico e falsa espiritualidade para garantir que suas mensagens ─ muitas flagrantemente contraditórias e incompatíveis com a verdade bíblica ─ sejam aceitas pela audiência. Entretanto, se o nosso povo assumir a postura dos bereanos e resolver exercer a nossa função de guardiães, intérpretes e apologetas da Palavra, com certeza as baixas em nosso exército diminuirão e o Reino de Deus ganhará (1 Pe 2.9).
Fonte: CPAD
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