segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Ex-muçulmana é solta após vários dias na prisão no Egito

Depois de ser presa no aeroporto do Cairo em 13 de dezembro, tentando escapar dos ataques aos cristãos em seu país, Martha Samuel Makkar foi afiançada no dia 24 de janeiro, mas não antes de um juiz conversar com ela e ameaçá-la, de acordo com o advogado.
A advogada Nadia Tawfiq disse que o juiz Abdelaa Hashem perguntou muito sobre a fé cristã de Makkar durante a audiência. Ela, acusada de falsificar documentos, explicou os motivos por ter se convertido, declarou sua fé e repudiou as declarações do juiz que disse que se converter do islã para o cristianismo era impossível.
“Ele disse: ‘Eu quero falar a sós com Martha.’ Então saímos da sala, e ele disse a ela: ‘Nenhum muçulmano vira cristão. Você é muçulmana.’ Ela disse: ‘Não, eu sou cristã.’ ‘Se eu tivesse uma faca aqui, mataria você’, disse o juiz. [Makkar] saiu chorando e deprimida, mas ao menos ele decidiu deixá-la em liberdade.”
Makkar, 24, planejou escapar dos perigos que encontrou no Egito ao viajar para a Rússia com sua família. Ela diz que desde que se converteu ao cristianismo há cinco anos, a polícia e os membros de sua família ameaçaram-na incessantemente, dizendo que iriam matá-la.
De acordo com um grupo de coptas, a segurança do aeroporto foi avisada sobre os planos de Makkar.
“Eles tinham os dois nomes dela [o original e o cristão], e talvez uma foto antes que ela chegasse ao aeroporto,” disse Helmy Guirguis, presidente da Associação Copta do Reino Unido. “Eles não prenderam Makkar para cumprir a lei. Eles o fizeram devido ao ódio pelos muçulmanos convertidos ao cristianismo. É como um grande acontecimento prender uma pobre moça como ela no aeroporto.”
Conversões legais do islã ao cristianismo para muçulmanos egípcios e a conquista de novos documentos legítimos não tem precedentes no Egito. A lei não fornece meios para que um indivíduo altere sua religião em documentos de identificação.
“As pessoas que se convertem ao cristianismo são tratadas exatamente como terroristas”, disse Guirguis. “Isso não é política, não está no papel, não é a lei, mas é o que acontece.”

Fonte: O Verbo

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