terça-feira, 10 de março de 2009

Governo ainda não reconstruiu Igreja demolida por gangue

Seis meses após uma gangue de jovens muçulmanos destruírem uma igreja no norte do Quênia, os cristãos, que ainda cultuam a céu aberto no calor intenso, dizem estar desapontados, pois os oficiais não fizeram nada para punir os culpados ou reconstruir o prédio.

Em um dia ensolarado de setembro, quando jovens muçulmanos enfurecidos expulsaram mais de 400 membros da igreja Redeemed Gospel de seu templo, os cristãos esperavam que pudessem retornar a seu prédio reconstruído. Essa expectativa deu lugar à raiva, desesperança e desespero.

“Depois de seis meses ao ar livre, a igreja se sente cansada e enganada”, conta o pastor David Matolo. “Estamos cheios de promessas vazias feitas pela administração do governo.”

“Nossa membresia diminuiu muito, e estou muito preocupado”, afirma. “A igreja acha que o governo está ganhando tempo – quase todos os meses tenho reuniões com as autoridades, que, em muitas ocasiões se fizeram de surdos conosco.”

Desde o ataque, os membros da congregação tem se reunido em um local para shows da cidade. Próximo a fronteira da Somália, o terreno tem algumas árvores para proteger as pessoas do sol escaldante, com temperaturas que vão de 30º a 40º Celsius.

Quando questionado sobre o porquê de os oficiais estarem relutantes em garantir um local permanente para a igreja como prometido, Matolo não hesitou em responder. “A administração decidiu ‘kutesa’ [nos fazer sofrer], sempre fazendo promessas que nunca cumprem”, diz. “Há momentos que o diretor decide simplesmente não atender meus telefonemas. Eu tive uma experiência muito dolorosa.”

Matolo disse ter pedido para que a administração permita que a igreja construa um novo templo em uma nova propriedade, ou que devolvam o terreno anterior. “Estamos preparados para qualquer eventualidade. Sentimos que a administração não está preocupada com nosso bem-estar espiritual”, declara.

Quanto às queixas feitas pelo pastor, o delegado da província disse: “A questão não está registrado em minha agenda, mas a autoridade provincial deverá resolver.”

Mas a autoridade da província, Stephen Maingi, disse que o oficial do distrito é que deveria solucionar o caso: “Deixe que o distrito resolva esse problema com o pastor.”

Por sua vez, o oficial do distrito, Onyango Ogango, indicou a igreja como a principal fonte de problemas: “Se a igreja puder voltar para seu terreno antigo, vai irromper uma disputa com os muçulmanos. A igreja iniciou muito bem, com cultos controlados, mas depois, as orações eram barulhentas e as músicas muito altas”.

A situação dos convertidos confirma a preocupação do pastor. Eles estão muito cansados e ansiosos com as chuvas que virão em abril. Matolo diz que sua congregação sabe que logo será muito difícil cultuar.

Fonte: Gnoticias

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