A primeira grande liderança em termos estratégia para a conquista da terra de Canaã tinha a frente o obstáculo maior que era a cidade murada fortemente de Jericó. Josué sabia que engenharia humana alguma teria condição de superar a fortaleza daqueles muros. Era preciso algo superior. Segundo informações arqueológicas, a muralha era dupla. Dois muros eram construídos e ficavam separados um do outro por uma distância de aproximadamente 5 metros. Havia um muro externo de 2 metros de espessura e, havia um muro interno de 4 metros, e ambos tinham uns 10 metros de altura. Eram construídos com pedras grandes e toscas sobre alicerces defeituosos e desnivelados, com tijolos de 10 cm de espessura, por 30 a60 cm de comprimento. Esses tijolos eram assentados em argamassa de lama com algum ingrediente de colagem. Os dois muros se ligavam entre si por meio de casas construídas na parte superior dos muros, como a casa de Raabe sobre o muro. Portanto, o primeiro grande desafio de Josué e do povo de Israel eram os muros da cidade, dos quais o povo de Jericó se gabava. Mas para Deus não há obstáculo que seja derribado. Josué preparou o povo para o desafio e todos os filhos de Israel creram na estratégia de Josué porque sabiam que o mesmo era dirigido pelo Espírito do Senhor.
JOSUÉ PREPARA A ISRAEL PARA A CONQUISTA DA CIDADE
1. Josué se Deixa Comandar pelo próprio Deus (Js 5.13,14)
A conquista de Jericó foi precedida pela gloriosa visão que Josué teve de um comandante militar celestial que tinha na mão uma espada nua, desembainhada e pronta para lutar. Esse comandante era o próprio Yahweh (Jeová) que tomaria a iniciativa da batalha e seria o responsável pelo sucesso militar de Israel. Quando Josué teve a visão do oficial militar celestial numa manifestação singular da Graça divina ele estava próximo de Jericó. O desafio era Jericó e requeria disposição para lutar com seu exército, mas o oficial que lhe falara estava garantindo uma vitória espetacular ao povo de Deus.
O Senhor Deu a Josué Instruções para o Comando da Conquista (Js 6.3)
Josué entendeu que a conquista de Jericó não aconteceria em um piscar de olhos, mas exigiria dele e do seu povo uma preparação adequada e paulatina que representasse uma conscientização da responsabilidade pela conquista.
Josué não se deixou dominar pela presunção de querer ser o primeiro, nem o de comandar aquela conquista, mas fez da obediência a prioridade para aquela conquista. Ele comprometeu-se, com Deus e com o seu povo, de que faria tudo o que fosse necessário para alcançar a vitória. Por isso, pela lógica humana, a estratégia dada por Deus era absurda, pois obteria a vitória rodeando a cidade por sete dias e, no último dia, depois de sete voltas ao redor dos muros da cidade, o grande grito (Js 6.20,21).
O Senhor Testa a Obediência e a Persistência do Povo (Js 6.3,4)
Josué e o povo obedeceram a ordem divina em todos os detalhes. Todo o povo deveria marchar ao redor dos muros da cidade uma vez durante seis dias consecutivos. No sétimo dia, o sacrifício seria maior, porque a caminhada seria repetida por sete vezes. Na procissão durante a marcha, iam a frente os sacerdotes que conduziam a Arca da Aliança, os que tocavam os chifres de carneiros (buzinas). Expostos à curiosidade dos habitantes de Jericó fechados dentro dos seus muros e a zombaria do povo de Israel.
JOSUÉ COMANDA A TOMADA DE JERICÓ
Jericó Estava rigorosamente Fechada (Js 6.1)
Jericó estava bem protegida com seus muros e com suas portas (Js 6.1), mas Deus havia declarado a Josué que entregaria a cidade nas suas mãos (Js 6.2). Uma estratégia bem elaborada seria o modo como Deus entregaria a cidade a Josué. Ele não sabia exatamente o que Deus faria, mas tinha a confiança de que algo extraordinário aconteceria, porque Deus vela pela sua palavra. Antes da primeira ofensiva, Josué submetera-se em atitude humilde perante o grande oficial celestial. Sua atitude humilde era o reconhecimento de que Deus tinha todo o plano estabelecido e tudo o que Ele esperava de Josué era acreditar nesse plano. Por isso, em respeito a aquela autoridade celestial, Josué tirou os seus calçados (5.15).
Deus Entrega Jericó nas Mãos de Josué (Js 6.2)
O Senhor havia falado a Josué: “Olha, tenho dado na tua mão a Jericó”. Por esta palavra a liderança de Josué era confirmada e reconhecida pelo próprio Senhor de Israel. Esta convicção foi passada para todo o povo que já havia reconhecido a liderança desse homem. Agora, depois de cumpridos todos os detalhes da estratégia divina não havia mais dúvidas quanto ao que Deus faria de maravilhoso pelo seu povo. O povo havia obedecido a ordem de marcha durante os seis dias ao redor dos muros. A garantia de que mais uma vez o Senhor faria proezas dava a Josué ousadia e coragem para fazer tudo quanto Deus lhe havia ordenado fazer.
Josué estava seguro pela palavra de Jeová. A certeza de que Jericó seria entregue nas suas mãos lhe dava a garantia de que Deus cumpre a sua palavra. Os filhos de Israel já estavam na terra de Canaã. O sonho era agora uma realidade! Os milagres acompanharam a jornada de Israel.
A Arca da Aliança Sinalizava a Presença de Deus na Conquista (Js 6.4)
A Arca da Aliança marcava a santidade daquele evento. Os sacerdotes a levariam sobre os ombros e os outros levitas tocariam as buzinas. Era o sinal da presença de Deus que lembrava a Israel que era o Senhor (Yahweh) que daria a grande vitória ao seu povo. A Arca na frente do povo naquela marcha indicava a presença do Senhor abrindo caminho à frente de Israel, usando o seu servo Josué, como fez com Moisés, e conduzindo o povo à vitória sobre seus inimigos.
A CIDADE DE JERICÓ É TOMADA
1. O Muro da Cidade Desmoronou (Js 6.20,21)
Durante 7 dias consecutivos o povo de Israel marchava ao redor dos muros da cidade em total silêncio. Imaginem os habitantes da cidade, assistindo do alto dos muros aquela procissão estranha, sem qualquer demonstração de desafio. Qual era o significado daquela incrível demonstração dos filhos de Israel?
No sétimo dia, o povo marchou sete vezes e na última volta, a um sinal, depois de ouvido o sonido das trombetas dos sacerdotes, todos a uma só voz gritaram com força e Deus entrou em ação. Como o Senhor havia prometido a Israel, a operação divina moveu com os fundamentos daquelas muralhas deslocando cada pedra dos muros, e promovendo um grande barulho com os muros ruindo e vindo abaixo (Js 6.20,21). O evento não foi natural. Não aconteceu nenhum terremoto naquele momento, mas foi claramente um milagre, cumprindo a promessa de Deus em Deuteronômio 20.4, que diz: “Pois o Senhor, vosso Deus, é quem vai convosco a pelejar por vós contra os vossos inimigos, para vos salvar”.
O Povo de Israel Subiu à Cidade (Js 6.20)
Cada israelita tinha o coração palpitando forte no momento em que viu a operação divina movendo todas as pedras dos muros. A força da fé deu ousadia ao povo que partiu para dentro dos muros à conquista total da cidade. A ordem divina era que nada da cidade seria poupado. Tudo deveria ser queimado, porque o que havia naquela cidade era anátema perante o Senhor (Js 6.24). Todas as coisas vivas na cidade seriam queimadas a fogo. Somente os metais preciosos seriam reservados e entregues à casa do tesouro no Tabernáculo de Israel.
Quando os muros ruíram, o exército de Israel entrou em Jericó e destruiu todos os inimigos (Js 6.20-27). Aquele espetáculo de horror, mas que mostrava a glória de Deus sobre Israel, promoveu confusão no meio do povo da cidade e ninguém conseguiu fugir à catástrofe. Israel subiu a cidade com confiança de que fora o Senhor quem havia dado aquela grande vitória. A cidade era impenitente ao extremo e o juízo divino foi inevitável. Todo esse evento foi uma demonstração da justiça e da misericórdia de Deus.
Josué Ordenou a Salvação de Raabe e sua Família (Js 6.25)
Raabe, a meretriz, foi salva porque ajudou a salvar a vida dos espias de Israel e porque deu testemunho do poder do Deus de Israel. Ela e sua família foram poupados. Foi um milagre associado ao milagre da queda dos muros. Na presciência divina, Raabe acabou se tornando uma pessoa especial, porque, depois de seu casamento com Salmon, essa mulher passou a fazer parte da genealogia de Davi e de Jesus (Mt 1.5,6).
Se Deus salvou a Raabe da destruição e da morte poderia, também, salvar o povo da cidade. Entretanto, durante o período dos seis dias, os “jericoenses” tiveram a oportunidade de mudar de atitude e de se arrepender dos caminhos perversos. Mas aquele povo endureceu a sua cerviz porque não acreditava que pudesse acontecer alguma coisa com as suas fortalezas. O nosso Deus é Deus de misericórdia que perdoa ao pecador arrependido (2 Pe 3.9). Mas o povo não acreditou no juízo do Deus de Israel.
Jericó representa as fortalezas do mal, mas o Senhor tem dado à sua igreja armas poderosas para “destruição das fortalezas” (2 Co 10.4). A Igreja de Cristo, a exemplo de Israel, na época da conquista, está cercada de inimigos, mas estes inimigos são detidos em batalha espiritual com as armas espirituais (Ef 6.10-13).
Fonte: http://www.cpad.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário