segunda-feira, 5 de abril de 2010

O Último Folheto

Todos os domingos à tarde, depois do culto da manhã na igreja, o pastor e seu filho de 11 anos saíam pela cidade e entregavam folhetos evangelísticos. Numa tarde de domingo, quando chegou à hora do pastor e seu filho saírem pelas ruas com os folhetos, fazia muito frio lá fora e também chovia muito. O menino se agasalhou e disse:
-’Ok, papai, estou pronto. ‘ E seu pai perguntou: -’Pronto para quê?’ -’Pai, está na hora de juntarmos os nossos folhetos e sairmos. ‘ Seu pai respondeu: -’Filho, está muito frio lá fora e também está chovendo muito. ‘ O menino olhou para o pai surpreso e perguntou: -’Mas, pai, as pessoas não vão para o inferno até mesmo em dias de chuva?’ Seu pai respondeu: -’Filho, eu não vou sair nesse frio. ‘ Triste, o menino perguntou: -’Pai, eu posso ir? Por favor!’ Seu pai hesitou por um momento e depois disse: -’Filho, você pode ir. Aqui estão os folhetos. Tome cuidado, filho. ‘ -’Obrigado, pai!’ Então ele saiu no meio daquela chuva.
Este menino de onze anos caminhou pelas ruas da cidade de porta em porta entregando folhetos evangelísticos a todos que via. Depois de caminhar por duas horas na chuva, ele estava todo molhado, mas faltava o último folheto. Ele parou na esquina e procurou por alguém para entregar o folheto, mas as ruas estavam totalmente desertas. Então ele se virou em direção à primeira casa que viu e caminhou pela calçada até a porta e tocou a campainha. Ele tocou a campainha, mas ninguém respondeu. Ele tocou de novo, mais uma vez, mas ninguém abriu a porta. Ele esperou, mas não houve resposta. Finalmente, este soldadinho de onze anos se virou para ir embora, mas algo o deteve. Mais uma vez, ele se virou para a porta, tocou a campainha e bateu na porta bem forte. Ele esperou, alguma coisa o fazia ficar ali na varanda. Ele tocou de novo e desta vez a porta se abriu bem devagar. De pé na porta estava uma senhora idosa com um olhar muito triste. Ela perguntou gentilmente: -’O que eu posso fazer por você, meu filho?’ Com olhos radiantes e um sorriso que iluminou o mundo dela, este
pequeno menino disse: -’Senhora, me perdoe se eu estou perturbando, mas eu só gostaria de dizer que JESUS A AMA MUITO e eu vim aqui para lhe entregar o meu último folheto que lhe dirá tudo sobre JESUS e seu grande AMOR. ‘ Então ele entregou o seu último folheto e se virou para ir embora. Ela o chamou e disse: -’Obrigada, meu filho!!! E que Deus te abençoe!!!‘
Bem, na manhã do seguinte domingo na igreja, o Papai Pastor estava no púlpito. Quando o culto começou ele perguntou: – ‘Alguém tem um testemunho ou algo a dizer?’ Lentamente, na última fila da igreja, uma senhora idosa se pôs de pé. Conforme ela começou a falar, um olhar glorioso transparecia em seu rosto. – ‘Ninguém me conhece nesta igreja. Eu nunca estive aqui. Vocês sabem antes do domingo passado eu não era cristã. Meu marido faleceu a algum tempo deixando-me totalmente sozinha neste mundo. No domingo passado, sendo um dia particularmente frio e chuvoso, eu tinha decidido no meu coração que eu chegaria ao fim da linha, eu não tinha mais esperança ou vontade de viver. Então eu peguei uma corda e uma cadeira e subi as escadas para o sótão da minha casa. Eu amarrei a corda numa madeira no telhado, subi na cadeira e coloquei a outra ponta da corda em volta do meu pescoço. De pé naquela cadeira, tão só e de coração partido, eu estava a ponto de saltar, quando, de repente, o toque da campainha me assustou. Eu pensei: -’Vou esperar um minuto e quem quer que seja irá embora. ‘ Eu esperei e esperei, mas a campainha parecia tocar cada vez mais alta e era mais insistente; depois a pessoa que estava tocando também começou a bater bem forte. Eu pensei: -’Quem neste mundo pode ser? Ninguém toca a campainha da minha casa ou vem me visitar. ‘ Eu afrouxei a corda do meu pescoço e segui em direção à porta, enquanto a campainha soava cada vez mais alta. Quando eu abri a porta e vi quem era, eu mal pude acreditar, pois na minha varanda estava o menino mais radiante e angelical que já vi em minha vida. O seu SORRISO, ah, eu nunca poderia descrevê-lo a vocês! As palavras que saíam da sua boca fizeram com que o meu coração que estava morto há muito tempo SALTASSE PARA A VIDA quando ele exclamou com voz de querubim: -’Senhora, eu só vim aqui para dizer QUE JESUS A AMA MUITO. ‘ Então ele me entregou este folheto que eu agora tenho em minhas mãos. Conforme aquele anjinho desaparecia no frio e na chuva, eu fechei a porta e atenciosamente li cada palavra deste folheto. Então eu subi para o sótão para pegar a minha corda e a cadeira. Eu não iria precisar mais delas. Vocês vêem – eu agora sou uma FILHA FELIZ DO REI!!! Já que o endereço da sua igreja estava no verso deste folheto, eu vim aqui pessoalmente para dizer OBRIGADO ao anjinho de Deus que no momento certo livrou a minha alma de uma eternidade no inferno. ‘
Não havia quem não tivesse lágrimas nos olhos na igreja. E quando gritos de louvor e honra ao REI ecoaram por todo o edifício, o Papai Pastor desceu do púlpito e foi em direção a primeira fila onde o seu anjinho estava sentado. Ele tomou o seu filho nos braços e chorou copiosamente.
Provavelmente nenhuma igreja teve um momento tão glorioso como este e provavelmente este universo nunca viu um pai tão transbordante de amor e honra por causa do seu filho… Exceto um. Este Pai também permitiu que o Seu Filho Jesus viesse a um mundo frio e tenebroso. Ele recebeu o Seu Filho de volta com gozo indescritível, todo o céu gritou louvores e honra ao Rei, o Pai assentou o Seu Filho num trono acima de todo principado e potestade e lhe deu um nome que é acima de todo nome. J E S U S.

sábado, 3 de abril de 2010

Uma questão de perspectiva

A escuridão e a frieza da noite são mais profundas antes do amanhecer. Como deve ter sido escura aquela sexta-feira para os seguidores de Cristo, que haviam colocado sua esperança nele. Durante a tarde, quando a real escuridão envolveu a terra, aquelas trevas devem ter sido aterrorizantes. Ainda assim, não era o que parecia, e essa é uma das lições mais profundas que podemos aprender do sofrimento e temor da sexta-feira Santa.

A perspectiva é tudo. Os seguidores, familiares e amigos viam a crucificação de Cristo como uma injustiça. O amado, a esperança deles, estava pendurado em uma cruz, crucificado por um crime – blasfêmia – que ele não cometeu, somente para saciar o ódio de alguns. Os judeus que gritaram “Crucifica-o! Crucifica-o!”, viam a crucificação como algo merecido. Os romanos viam o acontecimento como o fim de um problema. Enquanto isso, Deus no céu via um Cordeiro sendo imolado em nome do amor eterno. Ele via a sentença do pecado sendo paga para promover a reconciliação entre Deus e o homem. Ele via pessoas de todas as tribos, língua, povos e nações (Apocalipse 5.9) sendo redimidos, tirados da morte que encobria a todos (Isaías 25.7) e o caminho ao Santo dos Santos sendo aberto (Hebreus 10.19). Querido guerreiro de oração, querido cristão perseguido – confie em Deus, pois as coisas nem sempre são como parecem e o amanhecer logo chegará.

Essa verdade maravilhosa nos dá a segurança para sabermos que podemos confiar em Deus e seguir a Cristo com ousadia, apesar do sofrimento e além do véu.

Ao confiar que nosso Deus Soberano, Provedor e Fiel está sempre trabalhando, podemos seguir a Cristo, adotando suas atitudes. “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Filipenses 2.5-8).

Ao confiar que nosso Deus Soberano, Provedor e Fiel está sempre trabalhando, podemos seguir Cristo tendo sua fé como exemplo. Foi logo após Jesus ter enfrentado a cruz em submissão e fé, que “Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Filipenses 2.9-11). Jesus não duvidou da fidelidade de Deus. Ele não temia ser rejeitado por Deus e abandonado no inferno. Ele entrou nas trevas com a fé absoluta de que Deus, o Pai, que é Fiel por natureza, iria cumprir sua promessa, e que ele iria ressuscitar, vitorioso, no terceiro dia.

Ao confiar que nosso Deus Soberano, Provedor e Fiel está sempre trabalhando, podemos seguir a Cristo além do véu. Cristo rasgou o véu e abriu o Santo dos Santos para nós. Nossas almas estão firmes lá, por meio de nossa união com Ele (Hebreus 6.19-20). Até que um dia viveremos lá, e o veremos face a face. Mas mesmo hoje, podemos entrar além do véu quando intercedemos por nós mesmos e por outros. Como esse privilégio é negligenciado! Queridos irmãos – entrem além do véu, confiando que Cristo já nos abriu o caminho.

Por que há tanto orgulho e arrogância? Por que nossa fé é tão instável? Por que oramos tão pouco? Que a Páscoa possa nos encorajar: as coisas nem sempre são como parecem, e e o amanhecer logo chegará.

Jesus Cristo nos mostrou o caminho. Vamos segui-lo.

Por Elizabeth Kendal
Integrante da Comissão evangélica australiana pela liberdade religiosa (AEA RLC)

Fonte: Portas Abertas